domingo, 19 de agosto de 2012

Pensando brasileiro


    


Aquele vídeo do debate sobre cinema com o Caio Blat me fez refletir e motivou o texto-teste de hoje. No entanto, não é exatamente sobre a Globo que vou escrever (Para saber do que estou falando, clique no link http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2012/07/31/caio-blat-fala-mal-da-globo-pede-desculpas-e-tira-do-ar-video-com-suas-criticas.htm). Proponho, como sempre, uma reflexão mais generalizada e menos presunçosa. Uma iniciativa que seja vale mais do que nada.
Que o cinema brasileiro nunca foi preferência nacional eu sempre soube, mas o que tem me incomodado já há algum tempo é o descaso e o preconceito com que as pessoas o veem. É claro que todo mundo tem o direito de gostar ou não de qualquer tipo de coisa, mas a questão vai muito além do mero gosto particular de cada um. O problema está na cultura. Não nesse tipo de cultura formalizada, de elite, ou acadêmica. Eu me refiro ao senso coletivo de que o do vizinho é sempre melhor que o nosso, que o importado tem sempre mais qualidade que o nacional e, pior, aceitar como verdadeiras as imposições da cultura midiática.
O Brasil é mesmo um país de contrastes e até mesmo no cinema isso se reflete. Enquanto algumas produções atingem a marca de milhões de espectadores, outras nem sequer conseguem chegar ao grande circuito ou, quando estreiam nas salas das grandes redes, não se firmam por mais do que duas ou três semanas. Será que o problema está mesmo nos filmes?
Precisamos cultivar nossas artes, pois é que isso que leva um povo a ser desenvolvido. Reconhecer o trabalho dos nossos artistas é primordial para fortalecermos nossa cultura e assim fazer com que outras partes do mundo também a respeite. Se o Brasil é a bola da vez, temos a obrigação cívica de fazer valer o status que levamos décadas para conquistar.
Na música, na dança, na interpretação, na literatura, no esporte... enfim,  talentos não faltam.
Uma nação gigante e diversa como o Brasil merece muito mais do que filmes e seriados enlatados. Consumir fast-culture não é para nós, esse tempo já passou.
Da próxima vez que formos ao cinema, por exemplo, vamos tentar não torcer o nariz para o cartaz daquele filme com atores da novela das oito, mesmo que seja uma produção mais modesta, com certeza foi empregado ali muito trabalho, esforço e dedicação. Talvez isso a gente não encontre nas trilogias gringas, uma vez que por lá tudo é mais fácil, desde a produção até a divulgação. Sem contar que ver um artista brasileiro falar para um público brasileiro, sob a perspectiva brasileira deve render um bom aprendizado, ou pelo menos nos fará conhecer uma realidade diferente daquela externa ao nosso povo. Pensar de dentro para fora é bom também.
Fica registrado que eu citei o caso do cinema nacional, mas que essa reflexão serve também para outras práticas de consumo e fruição. São várias.

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