Ao ler o livro do sociólogo polonês
Zygmunt Bauman, com o título de “Aprendendo a pensar com a sociologia”, alguns
pensamentos que já me rondavam passaram a ficar ainda mais constantes. Foi por
isso que decidi compartilhar no blog.
Vou começar expondo de forma bem
direta a conclusão a que cheguei e no final do texto deixo uma reflexão.
O fato é que existem pessoas tão
facilmente influenciadas pela mídia em geral que acabam se tornando zumbis,
completamente incapazes de pensar e agir por si mesmas, sem reproduzir um
comportamento já pré-determinado por algum grande ditador, que pode ser uma
empresa, uma marca ou um produto.
Eu sei que essa discussão é velha
e que qualquer cidadão com o mínimo de senso crítico já se perguntou alguma vez
na vida por qual motivo esse tipo de coisa acontece assim tão massivamente, mas
vale a pena sempre colocar esse tema em discussão.
Eu gostaria de acreditar que essa
influência fosse exercida somente sobre os jovens e que fosse passageira, mas
não é. Muitos adultos vivem suas vidas presos ao conceito de que a felicidade só
é alcançada por bens materiais e pela obtenção de um status fictício. Se ao
menos essa obsessão pelo material favorecesse algum setor da sociedade, talvez
essa prática pudesse ser aceitável, pois seria ótimo vermos pessoas adquirindo
produtos recicláveis e/ou reciclados, fomentando o artesanato produzido por
cooperativas ou artistas de rua, promovendo bazares para troca de utensílios em
geral etc., mas o que se vê não é isso. Pelo contrário, o que se busca é
justamente o produto caro, moderno, precursor, tecnológico e, muitas vezes,
completamente dispensável. São exemplos: os óculos do skatista, a bermuda do
surfista, o tênis do jogador de basquete, o relógio do artilheiro, para não
falar dos inúmeros modelos de smartphones, ipods e tablets que disputam a
preferência da massa com uma ou outra função mais ou menos parecida com aquela
da versão anterior do produto, lançada há um ano e já constrangedoramente
ultrapassada.
Alguns momentos de reflexão sobre a
prática desenfreada do consumismo nos permitem, senão concluir, ao menos imaginar como seria realizador se todos nós tivéssemos a consciência de
que ter produtos criados para suprir necessidades que não existem nem de longe é
a razão maior da vida. Que engrandecedor seria compreendermos a necessidade e a
real finalidade do trabalho para então aprendermos que valores nem sempre são
monetários.

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